Nunca é demais lembrar que mesmo textos muito bem escritos precisam passar por uma revisão.
Recentemente, o jornal Folha de São Paulo publicou uma página imaginando quais seriam as manchetes do jornal do futuro. Ao ler esse interessante exercício de jornalismo e de marketing (a página comemora os 91 anos do jornal), constatei que a minha profissão (revisor de textos) continuará a ser necessária no futuro.
Para ver a página com as manchetes do futuro, clique aqui.
Eis alguns dos problemas (apontados por diversos revisores):
1) No final do texto que fala sobre o IDH brasileiro, está escrito “um a cada”. Porém, o correto seria “um em cada”. Esta expressa relação de proporção, aquela expressa relação de frequência.
2) Na ilustração que explica como funciona o teletransporte, está escrito “tempo das transferência”. De acordo com as regras de concordância nominal, o correto seria “transferências”.
3) No texto que fala da prioridade da prefeitura quanto ao metrô, o nome do estádio “Socratão” foi acentuado erroneamente. Trata-se de palavra oxítona e, portanto, o acento agudo deve ser excluído da letra “o”.
4) No texto sobre o “jornal cabeça”, faltou uma crase na expressão “à venda”.
Claro que o jornal poderia se justificar dizendo que as regras gramaticais e ortográficas terão mudado nos próximos anos (de fato, a língua evolui sempre). Em todo caso, os textos foram escritos e publicados sob as regras atualmente vigentes e, portanto, devem ser revisados pensando no leitor de hoje.
PS: Além desses problemas, contei mais três. Sabe quais são?