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Livros jurídicos: conhecimento e mercado

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Desde que eu comecei a trabalhar com textos jurídicos, já revisei, editei e ajudei a publicar muita coisa boa. Só para citar alguns dos livros que têm o meu dedo: MATTOS FILHO, Ary Oswaldo. Direito dos Valores Mobiliários . Rio de Janeiro: FGV, 2015. Tomo 1 , 560 p.; Tomo 2 , 404 p. (Sou editor do livro). SANTOS, Flávia Chiquito dos. Aplicação de penas na repressão a cartéis : uma análise da jurisprudência do CADE. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016. 304 p. (Revisei a dissertação que deu origem ao livro e depois revisei o livro). PRADO, Mariana Mota (org.). O Judiciário e o Estado Regulador brasileiro . São Paulo: FGV Direito SP, 2016. 260 p. (Sou editor do livro). MÓDOLO DE PAULA, Luiz Augusto. Resolução de conflitos em Direito Internacional Público e a questão iugoslava . Belo Horizonte: Arraes, 2017. 178 p. (Revisei a tese que deu origem ao livro). TRENTO, Simone.  As supremas cortes diante da prova . São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. 245 p. (Revisei a tese que deu ...

Os novos meios e o futuro dos livros

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Todas as mídias que conhecemos passam por um processo que pode ser assim resumido: Invenção e desenvolvimento de suas possibilidades pelos pioneiros; Tentativa de tornar essa mídia um negócio lucrativo, via dois modelos: pagamento (destinatário paga pelo conteúdo) ou publicidade (destinatário não paga pelo conteúdo, mas aceita que as propagandas custeiem a sua produção) — sem falar de modelos com custeio indireto (via impostos, por exemplo) e de modelos mistos; Decadência da mídia, ou porque o pagamento do público não é suficiente para bancar os custos e dar lucro, ou porque o canal se encontra sobrecarregado de publicidade e conteúdo de baixa qualidade; Invenção de uma nova mídia, que reúne os prós e os contras das mídias anteriores e leva adiante o mesmo processo, em espiral. O livro é uma mídia. Devido a suas características (filtro de conteúdo, custos de produção, distribuição em nichos ou em larga escala, etc.), o negócio dos livros vem passando por esse processo lentame...

Afinal, como escrevem os escritores?

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Há inúmeras formas de abordar o processo de construção de uma estória, tantas quanto há escritores e leitores. Uma classificação muito popular atualmente divide os criadores entre aqueles que planejam todos os detalhes do texto antes de escrevê-lo e aqueles que simplesmente se sentam e escrevem sem nenhum planejamento prévio. O apelido de cada tipo varia. O roteirista português João Nunes adota a denominação “paisagistas” e “jardineiros”. No mercado editorial de língua inglesa, os dois tipos são conhecidos como “ plotters ” e “ pantsers ”. O romancista turco Orhan Pamuk gosta de se referir aos dois tipos como “ingênuos” e “sentimentais” (seguindo distinção proposta por Schiller). Os artistas ingênuos são aqueles cuja arte flui naturalmente de sua mente, como se a melodia estivesse na ponta dos dedos do músico e este fosse apenas um instrumento da natureza. Já os artistas sentimentais são aqueles que refletem sobre o fazer artístico: um romancista consciente de que o romance que escre...

Guia do projeto de pesquisa

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O projeto é parte do processo seletivo tradicional da pós-graduação no Brasil. Sua elaboração é uma etapa preliminar da pesquisa universitária. Cada instituição possui diretrizes e modelos particulares; o momento de apresentar o projeto e até a sua obrigatoriedade são variáveis. Aqui você encontra subsídios para avançar na pós-graduação. Estas dicas são indicações gerais de metodologia científica e não suprem a consulta ao manual da faculdade. O projeto se divide em introdução, referencial teórico, metodologia, recursos, cronograma e referências. A introdução descreve o tema, formula o problema e aponta hipóteses para a sua solução, a ser explicada em termos objetivos, com sua respectiva justificativa. O assunto a ser provado ou desenvolvido é o “ tema ” da sua pesquisa. Defina precisamente seus limites, evitando generalidades vagas. A investigação científica inicia-se por curiosidade do investigador. Seu interesse o leva a formular questões práticas ou teóricas cujas delimitaçõe...

7 conselhos para começar um texto

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Dicas da Ana e do Hugo* Oba! Novembro chegou! Estouros de fogos de artifício! Mais um #NanoWriMo ! Esta palavrinha absurda refere-se ao epíteto gringo “National Novel Writing Month”, que seria como “mês nacional para escrever romance”. Entretanto, como a iniciativa está meio intergaláctica, com fóruns e redes de apoio em muitos idiomas, seria algo como “chance anual final pra desengavetar aquele maldito texto!” Somos fãs, mesmo que ambos nunca tenhamos completado o desafio, hehehe. A ideia é bem simples: baixar o volume do superego, botar o id nas alturas e a bunda na cadeira e conseguir escrever 50 mil palavras até o dia 30 de novembro . Assim você termina o ano de 2016 alegre e com muita satisfação. Há uma plataforma para você se registrar e acompanhar seu progresso: nanowrimo.org . Nela existem fóruns, reuniões, enfim, para a maratona ocorrer tem muita gente ótima contigo. Escrever nunca foi ato solitário. Aqui vão 7 conselhos para iniciar um texto. 1. Crie um clima, afinal...

Leia romances brasileiros escritos por mulheres

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O ano de 2015 foi bastante conturbado para quem trabalha com livros. Entre dobras e refilos, o ano fechou com uma polêmica envolvendo a visibilidade que as mulheres escritoras recebem na mídia — e no próprio mercado editorial. A Ana Rüsche ( “Acordados” , Demônio Negro, 2007) publicou um texto apontando “como a intensa produção de poesia feita por mulheres no Brasil segue invisível”. As conclusões são espantosas: nas antologias comentadas pela Ana, há um total de 192 poetas (incluindo nomes duplicados em mais de uma antologia), dos quais apenas 18 são mulheres (contando as que se repetem). Oito homens contra uma mulher. Esses números assustam ainda mais quando sabemos que a maioria das pessoas que leem e escrevem poesia (e literatura, de modo geral) — bem como a maioria dos que trabalham no mercado editorial — são mulheres. Como assim? As mulheres são as que mais leem, são as que mais escrevem e são as que mais trabalham com livros, mas são as menos publicadas? Com certeza há algo e...

Prêmio Oceanos 2015 divulga semifinalistas

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Desde sua criação, em 2003, pela Portugal Telecom, este prêmio sempre valorizou a literatura e o mercado editorial brasileiros, consagrando-se como um dos mais importantes do Brasil — mesmo depois de 2007, quando foi aberto para autores lusófonos (desde que tenham sido publicados no Brasil). Suas regras restringem a premiação a obras com primeira edição brasileira no ano anterior. As editoras ou os próprios autores podem inscrever suas obras. Não podem concorrer livros dedicados ao público infantil ou infantojuvenil. A avaliação das obras inscritas é feita em etapas. Na primeira etapa, os livros são analisados por um grupo extenso de especialistas em literatura, que elegem os semifinalistas (este ano foram 63 obras). Posteriormente, um grupo seleto de jurados (eleitos pelo júri inicial) escolhe os livros finalistas (este ano, 12 obras). Por fim, os finalistas são ranqueados e os primeiros colocados recebem um generoso prêmio em dinheiro (este ano, R$ 100.000,00 para o vencedor). Por...